segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Educação, um bem em extinção

Se tem uma coisa que eu admiro nas pessoas é a educação. Não estou falando de "etiqueta" ou "um bom currículo"; não, bem pelo contrário. A educação a que me refiro requer muito mais que APENAS isso. Requer cultura, cordialidade, atenção, respeito, carinho, sensibilidade - valores! -. Hoje em dia, confesso, nenhum outro elogio faz tão bem ao meu ego quanto o "você é educado". Esse é um bem que eu persigo com veemencia em minha vida. Muita gente também confunde educação com "fazer média"; errado! É justamente o contrário. A verdaddeira educação não suporta falsidades, pois a frente de tudo vem a consciencia da igualdade entre as pessoas, a espontaneadade. Na vida já fui de tudo um pouco, de empregado a empregador, de gastador a liso, de janota a perrapado; já fui tratado com muita cordialidade e também com extrema desdém, tudo por conta da minha aparencia no momento, ou função que exercia. E o engraçado é que não dá nem pra olhar pra trás e ficar chateado, pois, hoje em dia me pergunto quantas vezes também já não fui mais um fútil na multidão, ou um total desprovido de cultura. Mas, o mais importante é "crescer", aprender com a vida, com as situações, com as pessoas. Já parou pra pensar que aquela pessoa que pára ao lado da mesa do bar, do restaurante em que você está sentado, está se sentindo inferiorizada - erradamente, diga-se de passagem -, por estar ali como ambulante, quase suplicando para que você compre algo dela (quase sempre de valor irrisório)? Seja honesto! Quase nunca pensamos nisso no momento que está acontecendo, até porque geralmente estamos no meio de amigos, entretidos, bem longe do mundo daquela pessoa. E lembra também da cara que fazemos? Aquela cara azeda, sem graça, e dizemos, quase sempre, apenas, "obrigado"; isso na melhor das hipóteses, porque a maioria absulota apenas impoe um ar de superioridade e gesticula com a cabeça negativando, outras apenas fingem que não é com elas, viram o rosto. Mas, e se fossémos nós aquele vendedor, vendedora, o que gostaríamos de ouvir quando alguém não quisesse nos comprar? Eu, por exemplo, gostaria muito de que, primeiro, me dessem atenção, respondessem meu cumprimento, e depois me sorrissem um sorriso de cordialidade, dizendo, "Infelizmente não vou querer hoje, mas muito obrigado." Pegando esse exemplo, lembro-me bem de uma cena que até hoje vive em minha mente, de uma senhora bem vestida numa mesa ao lado da minha, num barzinho na ferinha de tambaú, de quando ela olhou para a vendedora com um sorriso encantador, tomou a cesta de flores na mão, e disse, "suas flores são lindas, parabéns. Pena que eu não tenha alguém tão especial quanto elas para presentear. Mas obrigado por vir aqui até aqui, você foi muito gentil." Eu fiquei maravilhado com a educação daquela mulher, completamente encantado com sua educação! Se vocês pudessem ver o tamanho do sorriso que a vendedora estampou no rosto, e o tanto que ela estufava o peito enquanto percorria os corredores do bar, entre as outras mesas, aquilo era felicidade! E por qual motivo mesmo? Respeito, carinho, atenção, cordialidade, cultura; em outras palavras, "educação". Até hoje me pergunto se aquela senhora faz idéia de que mudara completamente a noite de uma outra pessoa usando apenas a sua educação, que a fizera se sentir mais humana, mais digna, mais feliz.

"Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo" (Provérbios 25:11)

Um comentário:

Rafael Maciel disse...

Falou muito! mas falou bonito. #)