terça-feira, 7 de outubro de 2008

Politicando em vão


Dia das eleições ou dia da mentira? Pior do que ser obrigado a participar desse circo em nome da democracia é ter de me deparar com algumas situações como as que me deparei ontem. É gente defendendo seu candidato com unhas e dentes, sofrendo, torcendo, baixando o nível em nome de uma paixão esquizofrênica. Ontem a noite encontrem com alguns amigos e o assunto política, claro, veio à tona. Quando eu disse que não havia votado no prefeito eleito - mesmo achando que ele é o menos mau entre todos - pois havia achado uma grande injustiça o fato dele ter feito uma reforma na feirinha de tambaú e ter posto a conta da obra nas mãos dos barraqueiros. Daí um dos meus amigos disse, "nada vem de graça, ele fez o certo em cobrar"; outro, "aquele povo ganha muito dinheiro, tem é que pagar mesmo!"; e ainda ouve um que dissesse, "pior foi quem não fez nada!". Gente, por isso nosso País é esse circo, onde nós somos os palhaços e a elite a platéia que ri de nós. Dizer que "nada vem de graça...", é dar um tiro no próprio pé. Imagine a prefeitura sanear ou calçar sua rua e depois irem cobrar na sua casa o valor da obra dividido pela quantidade de moradores? Isso é insano! É por isso que pagamos impostos. E, "aquele povo ganha muito dinheiro..." Puts, o que dizer desse desatino? Quantas vezes você já viu um dono de barraca de tapioca andando de vectra Gt? (que nem é um carro considerado caro) Esse povo sobrevive... ralam pra caramba pra poder ter seu carrinho popular - isso quando tem um. E dizer, "pior foi quem não fez nada." Esse, sem dúvidas, é o mais simplório dos comentários, prefiro nem retrucar. Sexta passada ouvi um crônica do Arnaldo Jabor - o qual, confesso, detesto, considero demagogo direitista - que dizia com muita sapicência que nós brasileiros acostumamos a achar que os políticos são os senhores do estado, as grandes autoridades, e nós, o povo, seus servos. Infelizmente ele está certo; é bem assim mesmo! Mas as coisas deveriam ser bem direntes, pois, eles são nossos empregados. É deles que temos que cobrar trabalho duro, eficácia em seus mandatos; porque nós somos os verdadeiros patrões! Em Países onde o povo tem consciência política, os políticos sabem que seu poder é limitado, que seus passos são vistos e lembrados por todos, que eles devem toda satisfação ao povo. Por exemplo: nos Estados Unidos quando um político é pego fazendo algo moralmente incorreto, eu disse apenas MORALMENTE, como ter um caso com outra mulher, por exemplo, eles vão a público pedir desculpas ao povo, e geralmente pedem renuncia do mandato. Eles sabem que a sociedade não aceita que seus representantes sejam pessoas de ética duvidosa. E aqui no Brasil? Bem, aqui os defendemos, e, usando de subterfúgios, chegamos ao ponto de até, inclusive, exaltar os erros desses "benfeitores engravatados".
Quanto mais se tira das classes mais humildes, mais se aumenta a enorme desigualdade que há no Brasil, entre outras mazelas. Quanto mais se massacra as massas fazendo-os achar que são felizardos por serem benefíciados com obras medíocres como uma praça, um posto de saúde, é que a consciência política das pessoas cada vez mais se empobrece.

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei de seus textos....parabéns!