São 05h47min, manhã de domingo. Acabo de chegar em casa, a manhã está linda, dificil não vir no caminho até casa sem entrar em sintonia com tudo que nasce com a manhã. É o sol que, timido, tenta se esconder entres os predios, o vento que ainda insiste em parecer frio, as pessoas que começam a sair de casa pra mais um dia de trabalho. E é sobre essas pessoas que quero falar. Fiquei impressionado ao longo do trajeto até minha casa com a quantidade de pessoas indo para o trabalho (ou trabalhando) com que cruzei. Pessoas humildes que trafegavem as margens da BR; pedestres, alguns carregando coisas na cabeça, bolsas nas costas, empurrando carrinhos de mão, outras muitas em suas bicicletas. Me pus a imaginar o que estaria se passando na cabeça de cada delas, suas diferenças, particularidades, espectativas. Percebi que uma coisa todas tinham em comum: um olhar distante. Pareciam afundados em pensamentos - um transe, talvez. E por mais que eu tentasse não conseguia ir além do aparente, estavam blindados por sentimento qualquer, talvez esperança. Lembrei que quando eu chegasse em casa iria logo dormir, provavelmente até as 14h00 e tanta coisa essas pessoas teriam produzido durante esse tempo. Batalhadores, guerreiros que lutam por suas vidas e pela de suas famílias. Provavelmente pouco reclamam da vida, tão pouco do trabalho que os faz acordar tão cedo em plena manhã de domingo. Logo lmbrei que havia visto durante a semana num telejornal uma matéria que falava que auditores fiscais - os quais tinham salários de mais de 15 mil reais - haviam conseguido aumento de mais de 50%. E quanto aquele "João" e aquela "Maria" que cruzaram comigo ao longo do caminho para casa deveriam ganhar? Qutrocentos, quinhetos reais? Talvez até menos. Que trabalho - lhes pergunto - pode ser 40, 50 vezes mais valorizável, dignificante, intelectual, perigoso que outro? Não consigo imaginar tamanha disparidade, muito menos achar alguma justiça nisso. Aí é que fica cada vez mais claro que precisamos muito mais que "Lulas" e "Obamas" para diminuir a desigualdade no mundo. O planeta precisa mais de um cada de nós, da nossa voz (do nosso grito!), da nossa luta e do nosso exemplo. Os guerreiros já estão no campo de batalha, agora só nos resta escolher que estandarte levantar.
Boa semana!
2 comentários:
sao diferentes tipos de guerra,enfrentadas por diferentes pessoas,porem,o esforço é o mesmo,se for ver realmente..
viva Marx!!!!
\o/
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